St. Tropez tem algumas caras, e como tudo, depende do foco. Cidade símbolo do litoral francês, também pode ser sinônimo de ostentação, e outras coisas não tão bacanas que poluem como cinzas quando se torra muito dinheiro, como prostituição e gente deslumbrada. Playground de todas as idades e paraíso de solteiros de todas as frentes, é uma das cidades praianas mais visitadas por turistas exigentes na França, o que faz dela uma pequena grande vila com um dos melhores serviços do país (tá certo que na França isso não é tarefa das mais difíceis, diante do serviço parisiense), uma rede hoteleira vasta, assim como restos e praias. Ou seja: St. Tropez não é destino barato, o hotel mais ou menos vai custar o preço de um top, principalmente na alta temporada, pois a estação é curta e eles sabem que precisam aproveitar, – quem pode julgar?!
Por outro lado, temos os franceses que detestam ostentação, para os quais falar em cifras ou por elas é desinteressante e nada chique. Oui, cherie, o francês não gosta de Sarkozi não por sua competência ou falta dela, mas porque ele é playboy (seriam raízes da história e ecos da guilhotina?). A única ostentação permitida é a das férias, estampada no bronze. Para eles, se você saiu de férias e não voltou chocolate.. Oh lá lá.. As férias foram terríveis! E por sorte St Tropez fica na França, tendo assim, como diria o escritor W. Somerset…“Algumas portas de fuga para aqueles que tem o fardo do bom gosto”.
A cidadezinha é realmente um charme de ruas pequenas, toda florida, com a cara do francês, despojado chic, elegante de maneira natural e despretensiosa. Praias lindas, oceano azul, areias brancas, casas clássicas, jardins que são puro deleite, parreiras de uva margeando as estradas, lojas de decor simpáticas, pequenas boutiques de grandes grifes, multimarcas com seleção inusitada. E na minha opinião é essa diversidade e sinergia que faz St. Tropez se diferenciar das demais.. Aqui divido um pouco da minha St. Tropez, nem tanto ao céu, nem tanto a terra.
Dicas (úteis) de Insiders i
Já fui em diferente periodos do Verão: Junho a começo de Julho costuma ter mais casais, pessoal mais velho, mas também mais chic, final de Julho mais brasileiro, russos e árabes, Agosto mais misturado e lotado por causa das férias na Europa. Vá na alta temporada ou pelo menos na média, pode ser mais caro e mais complicado para conseguir seu espaço ao sol, mas muitas coisas abrem apenas para o periodo e a cidade ganha outro ritmo. Minha sugestão, início a meados de Julho.
Hospede-se no centrinho, ou até Ramatuelle, máximo 10min do centro de carro. As outras áreas, embora possam parecer perto, pegam o trânsito da entrada e saída da cidade, enquanto Ramatuelle pode ser feita por estradinhas internas, e é onde fica as praias e beach clubs. Pode ser: Hotel Sezz, Hotel des Lices, Hotel Byblos, Benkirai, Le Yaca, Muse.
Alugue um carro ou scooter, é imprescindível para conhecer as praias. Se você não estiver hospedado no centro, durante a noite prefira um serviço de motorista, além de chato para estacionar, as ruas são sinuosas, apertadas e todos estão de férias, bebendo e se divertindo, uma combinação inflamável. Mas lembre-se de guardar o contato, na saida da boate não tem taxi esperando, e você vai precisar ligar!
Atente para os horários, principalmente no jantar, para não correr riscos. Os bares da praia pegam fogo por volta das 18h, e as 21h o sol ainda dá as caras, então é muito fácil perder o horário do resto, das 21h30 – 22h. E faça reservas com antecedência, principalmente na alta temporada, de preferência antes de chegar, até mesmo para almoçar nos clubs, evitando transtornos nas férias.
Programas do Dia
Marché de Saint Tropez, Place des Lices – A feirinha aos sábados e as terças, até 1h da tarde, é um charme a parte, produtos regionais, flores, frutas, tortas, queijos, azeitonas, azeites, vestidinhos em algodão puro, cestos, antiguidades.. uma delicia para descobrir os sabores e jeitos locais. Enquanto boa parte da cidade se recupera da noite anterior, os chefes dos restaurantes, as francesas veranistas, a tripulação dos iates e até uma ou outra esposa classuda dos barcos mais elegantes fazem suas compras, misturados a turistas low profile e interessados no way of life tropezianne.
Le CLub 55 – Club de praia e resto mais pitoresco da cidade. Sob as copas das árvores, chão de areia, decor simples chique, com diversos elementos naturais, comida igualmente simples, atendimento mais que especial e uma bandinha inusitada dando o ritmo. Sim, foi com a própria que Bono Vox deu uma palhinha num dos dias desse verão. Na praia sobra de palheiro, colchões azuis direto na areia, e serviço ausente, do tipo.. praia pela praia.
Dica V+A: não deixe de passar pela lojinha, para mim uma das melhores, com almofadas, cestos, biquínis, saídas, e o impossível de resistir.. Tecidos e mais tecidos pendurados em linho e algodão estampados, um mais lindo que o outro para fazer de canga.
Le Palmiers – Club mais chique, com estilo mais clássico, música excelente e serviço de praia ágil, assim como no resto.
** Na St. tropez ostentação o supra-sumo é o Nikki Beach, não sou fã, mas para rir vale ir um dia. Sugiro ir para almoçar, a lagosta é divina, e ver o circo que se instala por volta das 17h. Ou vá mais cedo, pegue seu lugar ao sol, algumas garrafas de magnum e enfie o pé na jaca você também. Só não aconselho chegar sóbrio às 18h, a não ser que seja pesquisa antropológica.
Procurando um meio termo entre badalo e um club de praia?! Desde o ano passado o Bagatelle cumpre esse papel, um Nikki Beach menos bizarro, música alta, festa, mas menos banhos de champanhe e fogos.
Café de Paris – para ver a movimentação do porto fim no fim da tarde, muitos preferem o Senequier, tradicional, mas confesso que o toldo e as cadeiras vermelhas me cansam.
Barbarac – melhor sorvete da cidade, não à toa com filas enormes, mas anda rápido, não se desespere. O “parfum” campeão?! Kinder Bueno, mas é doce!! De contraponto escolha também o chocolate noar, delicioso.
Compras – em torno das ruas da Place de Lices e rua central que dá no porto há diversas lojinhas. Vá nas grifadas que são um charme, pequenas, praianas, despretensiosas, leves! Mas não deixe de ir nas multimarcas, com seleção inusitada e nas de decor, lindas de viver com o estilo da praia, corais, azuis.. minha preferida é a Blanc D’ivoire. A Pharmacie Du Soleil também é garantia de boas descobertas.
Tarte Tropezienne – por ali, em meio as lojinhas, uma parada estratégica a loja de tortas que criou a própria. Agora em miniatura, como se fossem cup cakes, perfeitas para quem quer provar.
Dior des Lices – Restaurante agradável para um café da manha, almoço ou cafezinho entre as compras, comandado pelo chefe Yannick Alléno, que detém três estrelas Michelin, o Dior des Lices fica na “flagship” resort da marca Dior, tem interior decorado pelo celebrado arquiteto Peter Marino, e um dor jardins mais agradáveis de St Tropez.
Programas da Noite
Restaurante Auberge des Maures – Restaurante tradicional de comida provençal, delicioso, pesado, nada badalado. Para os amantes de uma boa culinária, é, sem dúvida, um lugar imperdível.
Bar do Biblos – Para um drink entre amigos em um ambiente agradável ao ar livre, mas não é porque a Cave fica logo ali que ele é badalado, muito pelo contrário, super tranquilo, um pouco mais velho.
** Na St Tropez-ostentação, do tipo tem que ir mesmo porque é animadíssimo, todos estamos de férias e diversão é o que interessa:
Brasserie Des Arts – A comida embora ótima não é o foco aqui.. Provavelmente você já não estará vendo ela muito bem quando chegar, tamanho o badalo.
Cave du Roys- Sim, é um circo, mas vá um dia para ver, a música é boa, está todo mundo lá, e é animado.
Pizza pós-balada na Place des Lices – São 4h da manhã e agora está liberado, senão liberou até agora, talvez você não esteja em St. Tropez, vai dormir então! Profite!